A União Brasileira de Compositores (UBC) e a Pró-Música Brasil lançaram a campanha “Toda criação tem dono. Quem usa, paga”, um movimento que une cultura, direito autoral e tecnologia para garantir que a revolução da inteligência artificial avance com transparência, remuneração justa e respeito a quem cria.
A iniciativa chega ao público com um convite direto: assinatura de uma petição pressionando pela criação de um marco regulatório que proteja artistas, compositores, intérpretes, produtores e demais profissionais que vivem de sua arte.
📌 Participe da campanha: todacriacaotemdono.com.br
A ação já nasce com apoio de grandes nomes da música brasileira, como Marisa Monte, Marina Sena e Caetano Veloso, que reforçam a urgência de regras éticas para o uso da IA.
Artistas pedem equilíbrio entre criatividade e tecnologia
A campanha deixa claro: a tecnologia não é o inimigo. A IA pode ser uma ferramenta de inovação, facilitando processos criativos e expandindo possibilidades artísticas.
O problema surge quando criações humanas são utilizadas sem autorização, sem transparência e sem remuneração.
Os artistas reforçam:
“Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas.” — Marisa Monte
“Se há empresas ganhando bilhões, precisam arcar com as consequências.” — Marina Sena
“É urgente garantir condições éticas para o uso da inteligência artificial no Brasil.” — Caetano Veloso
Por que a campanha é necessária?
Hoje, sem regulamentação clara, empresas de IA podem:
- treinar modelos com catálogos inteiros de obras protegidas,
- sem pedir autorização,
- sem informar o uso,
- e sem pagar aos titulares.
Essa prática coloca toda a cadeia da música e da criação artística em desvantagem diante de grandes empresas tecnológicas — e ameaça a diversidade cultural, a pluralidade de vozes e a sustentabilidade da arte.
A mensagem central da campanha
A campanha se apoia em uma ideia simples:
A arte nasce de risco, erro, tentativa e criação humana — e não deve ser tratada apenas como insumo bruto para alimentar algoritmos.
Quando obras, interpretações e produções artísticas são usadas como “dados” sem respeitar direitos autorais, o prejuízo não é apenas individual.
Toda a cultura perde.
O que a campanha pede na prática
“Toda criação tem dono. Quem usa, paga” defende um marco regulatório que assegure:
1. Transparência total
Plataformas e ferramentas de IA deverão declarar:
- quais obras foram usadas para treinamento,
- quando foram usadas,
- como elas impactam nos resultados produzidos.
2. Autorização obrigatória
Titulares de direitos autorais e conexos devem ter o direito de:
- autorizar,
- recusar,
- ou licenciar o uso de suas obras para treinamento de modelos de IA.
3. Remuneração justa
Se uma obra está alimentando algoritmos que geram lucro:
- os criadores devem receber parte desse retorno.
4. Sustentabilidade da cadeia criativa
A campanha defende que a tecnologia avance junto aos criadores, e não à revelia deles.
Movimento cultural, jurídico e econômico
Ao unir entidades do ecossistema musical, artistas renomados e um chamado público direto, a campanha se posiciona como um movimento:
- de cultura,
- de proteção artística,
- de negócios,
- e de responsabilidade tecnológica.
A ação reforça a importância de preservar a arte brasileira e proteger um mercado que movimenta emprego, inovação, economia criativa e bens culturais estratégicos para o país.
Como participar
A partir de 17 de novembro, o público já pode aderir à causa assinando a petição no site oficial da campanha.
A meta é envolver:
- profissionais da música,
- profissionais da economia criativa,
- consumidores,
- empreendedores,
- formuladores de políticas públicas,
- e o próprio setor de tecnologia.
Tudo isso em torno de um pacto básico:
No mundo físico ou digital, toda criação tem dono — e quem usa, paga.
Sobre a UBC (União Brasileira de Compositores)
Fundada em 1942, a UBC é uma associação sem fins lucrativos que representa mais de 70 mil associados, incluindo autores, intérpretes, músicos, editoras e gravadoras.
A entidade atua com transparência, tecnologia e excelência na defesa dos direitos autorais e na distribuição dos rendimentos gerados pela utilização de obras musicais.
Sobre a Pró-Música Brasil
Criada em 1958 como ABPD e renomeada em 2016, a Pró-Música Brasil reúne as maiores produtoras fonográficas do país.
A entidade representa interesses do mercado de música gravada, coleta dados e estatísticas do setor e promove práticas legítimas e sustentáveis tanto no ambiente físico quanto digital.
