O cantor e compositor Blue Mar, conhecido por unir brasilidades e virtuosismo ao indie rock, anunciou oficialmente a remoção de todo o seu catálogo do Spotify.
A decisão veio após um longo processo de reflexão entre o artista e sua equipe sobre formas mais éticas e conscientes de lançar música, priorizando valores humanos e criativos acima das métricas algorítmicas.
Crítica ao modelo de streaming e seus impactos
Inicialmente visto como um instrumento democratizador da música, o streaming acabou revelando problemas estruturais e éticos que afetam diretamente a sustentabilidade da arte.
Segundo Blue Mar, o Spotify exemplifica essas contradições: a plataforma tem favorecido algoritmos e grandes gravadoras, deixando artistas independentes à margem.
Essa lógica de curadoria algorítmica reduz o valor da arte, estimula a escuta passiva e tem contribuído para problemas de saúde mental entre músicos e criadores.
Desigualdade global e práticas corporativas questionáveis
Outro ponto levantado pelo artista diz respeito às disparidades geográficas. Dependendo do país em que o músico vive, certos recursos e oportunidades do Spotify não estão disponíveis, o que reforça uma estrutura desigual e excludente dentro da comunidade musical.
As críticas também envolvem a baixa remuneração aos artistas, vínculos corporativos controversos e investimentos da empresa em setores bélicos — questões que, segundo Blue Mar, colocam o lucro acima da ética e da criatividade.
“Música e arte valem mais do que o algoritmo”
“Esta decisão faz parte de uma reflexão mais ampla sobre como quero compartilhar meu trabalho, afastando-me de um modelo tradicional de streaming em direção a algo mais deliberado, justo e centrado no artista”, afirma Blue Mar.
“Para mim, trata-se de resgatar valor e espaço. Música e arte valem mais do que o algoritmo.”
A declaração reforça o posicionamento artístico e político do músico, que busca inspirar outros criadores a repensarem sua relação com as plataformas digitais.
Onde ouvir Blue Mar
Apesar da saída do Spotify, a discografia do artista permanece disponível em outras plataformas de streaming. O público pode continuar ouvindo o álbum OLIVEIRA (2024) e o EP Live at District, South Africa, lançado em setembro, enquanto o músico explora novas formas de distribuição independente para seus próximos projetos.
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